terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Caso Isabela Nardoni

Já postei aqui no face meu parecer sobre o caso Nardoni. Isabela foi asfixiada!!!!!! Os sinais de asfixia eram explícitos nas fotos da necrópsia!!!!!!!!!!!!! O Fantástico mostrou ontem uma reportagem sobre uma funcionária do presídio onde cumpre pena a acusada. De acordo com a funcionária, Jatobá(condenada) pelo delito(homicídio) teria confessado detalhes do crime além de colocar na sua suposta confissão informal o sogro como partícipe do evento. Segundo o depoimento da funcionária, Jatobá(acusada) afirmou, que o casal não asfixiou a vítima. Mentira!!!!!!!! Alguém asfixiou sim a Isabela!!!!!! É muito comum preso contar determinadas versões nos presídios ou falar algo a mais ou também misturar versões, ou montar a própria versão e muito mais. Isso não representa nenhuma novidade para quem milita na área criminal. Ao contrário do que diz a reportagem, esse depoimento não altera absolutamente nada do processo. O telefonema mencionado, provavelmente, logo após o crime, não serve como prova de participação. Não incrimina o sogro!!!!!! Pura ilusão!!!!!!!!!!!! Colocar o sogro como partícipe até mesmo segundo o depoimento da testemunha(funcionária) é uma piada!!!!!! Dependendo do conteúdo da ligação poderia no máximo o sogro responder por fraude processual. Jamais pela participação no homicídio. Se a funcionária afirmou que a acusada teria mencionado que a vítima não foi asfixiada representa mais um motivo para não dar qualquer credibilidade a suposta confissão da acusada. O corpo da vítima(Isabela) apresentava intensa cianose(cor azulada) como também projeção da língua, sinais inequívocos de asfixia.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE O CASO DO CORPO ENCONTRADO NA USP. O afogamento é um tipo de asfixia mecânica, produzido pela penetração de um meio líquido nas vias respiratórias, impedindo a passagem do ar. Os sinais cadavéricos dos afogados podem ser externos e internos. É perfeitamente possível o cadáver não apresentar qualquer sinal externo mas conter sinais internos. Normalmente os sinais externos mais importantes são: temperatura baixa da pele, maceração da epiderme(destacamento), tonalidade mais clara dos livores, cogumelo de espuma, erosão dos dedos e presença de corpos estranhos sob as unhas, equimoses da face das conjuntivas, mancha verde na parte inferior do pescoço e não na fossa ilíaca direita. Vale lembrar que o corpo estava na fase gasosa da putrefação, fato que complica mais ainda o diagnóstico da certeza do afogamento , pois, o corpo aumenta muito de volume, torna-se bastante enegrecido e praticamente os sinais externos desaparecem, portanto, o que realmente importa em casos assim não são os sinais externos mas sim os internos. Os sinais internos mais importantes são: presença de líquido nas vias respiratórias, lesões nos pulmões caracterizadas pelas equimoses típicas dos afogados denominadas de manchas de Paltauf que apresentam dimensões maiores do que as tradicionais manchas de Tardieu(raras no afogamento), diluição do sangue, presença de líquidos no sistema digestivo e na cavidade timpânica, normalmente os pulmões dos afogados estão aumentados e distendidos, com enfisema aquoso e com as equimoses já mencionadas. A necrópsia vai revelar se a vítima morreu em decorrência da asfixia pelo afogamento ou se foi morto antes e posteriormente jogado na piscina. Neste caso, quando um corpo é encontrado na água mas a vítima não morreu em decorrência da asfixia pelo afogamento caracteriza a hipótese do afogado branco, ou seja, aquele que foi encontrado na água mas não morreu por causa da asfixia. A linha de investigação será definida logo após a necrópsia, ou seja, acredito que hoje mesmo o DHPP já defina qual a linha de investigação que vai seguir.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

  • Marcus Vinicius S
  • Medicina Legal Marcus Vinicius Sampaio de Barros As antigas metralhadoras Beretta 9 mm muito utilizadas pelas polícias militares e com pouquíssimo uso atualmente, funcionam assim. Extremamente perigoso e pouco prática porque não é recomendável que o agente porte a arma com munição na câmara(agulha), pois se ele toca no gatilho com a munição apresentada o ferrolho é liberado pelo acionamento do gatilho que por consequência retira a munição do carregador(pente) fecha e dispara na verdade ela não tranca, ela carrega fecha e dispara(percussão)por isso a cautela e o conhecimento devem ser dobrados, vários acidentes já ocorreram. Neste tipo de arma é melhor o cidadão(policial) portar a arma sem munição na câmara e se for usar vai ter que puxar o ferrolho a retaguarda, desta forma fica mais seguro e evita acidentes.
  • Medicina Legal Marcus Vinicius Sampaio de Barros Homicídio culposo!!! Vejam no vídeo que a arma dispara acidentalmente. As submetralhadoras exigem muito mais cautela e conhecimento no manuseio. Normalmente as submetralhadoras executam três ações de uma só vez, ou seja, ao introduzir o carregador e puxar o ferrolho a retaguarda a arma realizará o fechamento, o trancamento e a percurssão de uma só vez.. Provavelmente quando ele puxou o ferrolho para carregar a arma estava com o dedo no gatilho. E para realizar essas 3 ações basta que o atirador esteja com o dedo no gatilho ou venha a acioná-lo.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Caso Daniela Perez.. Um crime brutal que chocou o Brasil em 28/12/1992. Esta foto foi a última que a vítima Daniela Perez tirou antes de ser executada cruelmente. Pelo material que tive acesso referente as partes dos laudos periciais e imagens, cheguei a conclusão de que realmente a arma utilizada não foi uma tesoura, mesmo que aberta, de acordo com a afirmação do acusado, em depoimento disse que a arma utilizada teria sido uma tesoura, entretanto, foi um instrumento perfurocortante de dois gumes tendo em vista a formação de ângulos agudos nas extremidades das lesões. Todavia, quem periciou o corpo no IML do RJ tem mais elementos para definir o instrumento, as vezes, algum detalhe pode mudar o tipo de instrumento, por exemplo, não consegui verificar pelas fotos a presença de cauda de escoriação, que se estivesse presente, indicaria também a possibilidade do instrumento ser perfurocortante , porém de um gume só, acontece que pelas fotos, não é possível ver os detalhes da morfologia das lesões, o que no geral apresenta pela forma das perfurações é de que os ângulos informam que trata-se de instrumento perfurocortante de dois gumes, neste caso não acho prudente afirmar com certeza que tenha sido um punhal, pode ter sido sim, entretanto, pode ser outro instrumento de dois gumes também. Quanto a equimose aparentemente situada na região da margem supra-orbital direita, apresenta características de que tenha sido realmente produzida no dia do crime,pois, a cor estava bem avermelhada de acordo com a foto e levando em consideração o espectro equimótico de Legrand du Saule mesmo utilizando os extremos é possível afirmar que a lesão foi produzida em vida e não descartando a hipótese de ter sido no mesmo dia ou até um pouco antes da morte, me parece bem nítido nesse aspecto os sinais de reação vital decorrentes da infiltração hemorrágica, dizer que foi há mais tempo do que isso, pela foto que vi pela internet, não corresponde a aparência da lesão. Em relação a motivação muitas testemunhas foram ouvidas, outras não, mas pelo conjunto de depoimentos e reportagens da época é possível tirar algumas conclusões relacionadas a motivação, vale lembrar, que no presente caso uma testemunha foi decisiva para que a polícia no dia seguinte chegasse aos autores. O interrogatório dos acusados na época foi bem contraditório em relação ao conteúdo probatório apresentado.

Foto: Caso Daniela Perez.. Um crime brutal que chocou o Brasil em 28/12/1992. Esta foto foi a última que a vítima Daniela Perez tirou  antes de ser executada cruelmente. Pelo material que tive acesso referente a partes dos laudos periciais e imagens, cheguei a conclusão de que realmente a arma utilizada não foi uma tesoura, mesmo que aberta, de acordo com a afirmação do acusado, em depoimento disse que a arma utilizada teria sido uma tesoura, entretanto, foi um instrumento perfurocortante de dois gumes tendo em vista a formação de ângulos agudos nas extremidades das lesões. Todavia, quem periciou o corpo no IML do RJ tem mais elementos para definir o instrumento, as vezes, algum detalhe pode mudar o tipo de instrumento, por exemplo, não consegui verificar pelas fotos a presença de cauda de escoriação, que se estivesse presente, indicaria também a possibilidade do instrumento ser perfurocortante , porém de um gume só, acontece que pelas fotos, não é possível ver os detalhes da morfologia das lesões, o que no geral apresenta pela forma das perfurações é de que os ângulos informam que trata-se de instrumento perfurocortante de dois gumes, neste caso não acho prudente afirmar com certeza que tenha sido um punhal, pode ter sido sim, entretanto, pode ser outro instrumento de dois gumes também. Quanto a equimose aparentemente situada na região da margem supra-orbital direita, apresenta características de que tenha sido realmente produzida no dia do crime,pois, a cor estava bem avermelhada de acordo com a foto e levando em consideração o espectro equimótico de Legrand du Saule mesmo utilizando os extremos é possível afirmar que a lesão foi produzida em vida e não descartando a hipótese de ter sido no mesmo dia ou até um pouco antes da morte, me parece bem nítido nesse aspecto os sinais de reação vital decorrentes da infiltração hemorrágica,  dizer que foi há mais tempo do que isso, pela foto que vi pela internet, não corresponde a aparência da lesão. Em relação a motivação muitas testemunhas foram ouvidas, outras não, mas pelo conjunto de depoimentos e reportagens da época é possível tirar algumas conclusões relacionadas a motivação, vale lembrar, que no presente caso uma testemunha foi decisiva para que a polícia no dia seguinte chegasse aos autores. O interrogatório dos acusados na época foi bem contraditório em relação ao conteúdo probatório apresentado.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Crime brutal ocorrido na cidade de Ubiratã no Paraná. Em casos desse tipo é importante destacar a questão da putrefação e flutuação dos cadáveres. Normalmente a putrefação nos corpos encontrados na água começa com o aparecimento da mancha verde no rosto ou na região esternal(peito) por causa da posição do corpo submerso e da ação do ar atmosférico que acelera a putrefação. Inicialmente pelo motivo da densidade do corpo ser sempre maior que a do líquido de submersão a tendência é que o cadáver afunde. Posteriormente, com o aparecimento dos gases da putrefação(fase gasosa ou enfisematosa) o cadáver flutuará exatamente porque aumenta o volume do corpo e acontece a diminuição da densidade. Normalmente o cadáver começa a boiar em 24 horas ou em até uma semana, salvo, se acontecer a destruição do corpo pela fauna cadavérica aquática ou ficar de alguma forma preso no fundo da água. O cadáver numa terceira fase sofre uma segunda imersão tendo em vista o esvaziamento dos gases e aumento novamente da densidade do corpo. E por fim, ocorre novamente a diminuição do peso do corpo e acontece uma segunda flutuação esta última fase pode levar algumas semanas.
Vale ressaltar, que não foi divulgado ainda os detalhes do crime mas somente a confissão do acusado, entretanto, na necrópsia é importante verificar se ainda a vítima estava viva quando foi jogada na água. A presença de líquido na vias respiratórias, presença de corpos estranhos nas vias respiratórias, pulmões distendidos, aumentados e com equimoses são sinais que indicam que a vítima ainda estava viva quando foi lançada na água. Outro ponto de destaque, refere-se a dinâmica do evento, ou seja , não foi informado ainda para a imprensa como o acusado matou a vítima, entretanto, voltando ao comentário anterior, se a vítima, por exemplo, foi morta por esganadura que é um tipo de asfixia, é frequente o encontro das manchas de Tardieu(um tipo de equimose) nos pulmões. Todavia, as equimoses que aparecem nos pulmões dos afogados são chamadas de manchas de Paltauf que tem formato irregular e dimensões maiores.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Caso Bernardo 
Detector de mentira é um verdadeiro deboche. Se foi a defesa que solicitou, tudo bem!!! Faz parte da estratégia, no Plenário do Tribunal do Júri, vale tudo!!!!! No Processo Penal, quando sério, não vale absolutamente nada, não prova nada contra ninguém o detector de mentira é o nada em matéria de prova não condena nem absolve ninguém é uma comédia americana. Disse "quando sério" porque do Processo Penal Brasileiro eu espero qualquer coisa. Tudo pode acontecer!!!!!
Prova forte contra o casal. Homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O esquartejamento significa cortar(dividir) o corpo em partes é resultado da transferência de energia mecânica através de um instrumento de ação cortante, ou seja, que tenha gume e atue por deslizamento nos tecidos. Ex:navalha, lâmina de barbear e o bisturi. Produzem feridas denominadas cortantes ou incisas. O esquartejamento é uma forma clássica de ocultação de cadáver, quase sempre se destina a este fim. Quando o corpo é encontrado completamente fragmentado com forma irregular e variada assim como nos acidentes aéreos ou ferroviários denomina-se espostejamento.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

CASO RICHTHOFEN (3 fotos)
Estas fotos foram retiradas do documentário do canal A&E TV referente ao programa Investigação Criminal. Vejam as lesões contusas nas regiões frontal direita, parietal e novamente frontal direita, parietal e temporal direita(última foto) respectivamente. Um crime cruel e covarde!!!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

CASO ISABELA NARDONI

Estas fotos foram retiradas do documentário produzido pelo canal A&E TV referente ao programa Investigação Criminal. Ferida contusa na região frontal. No documentário o Legista disse que um investigador após a perícia de local e remoção do corpo foi até o IML para saber mais informações da necrópsia como também queria saber sobre a lesão contusa que a vítima Isabela apresentava na região frontal. Acontece que o mais importante não era a ferida contusa mas sim os sinais evidentes,explícitos e inequívocos de ASFIXIA. Vejam a cianose(cor azulada) intensa e observada apenas algumas horas depois da morte, como também a projeção da língua, basta um olhar médico-legal, um simples exame externo para afirmar que Isabela foi vítima de asfixia. Com toda certeza , logo após a realização da necrópsia já foi estabelecida a linha de investigação a ser seguida, estava claro que não se tratava de uma queda, de um acidente, mas sim de um homicídio, o corpo da Isabela foi a melhor testemunha da brutalidade que ela sofreu.

quinta-feira, 24 de abril de 2014


O AFOGADO BRANCO

É muito comum notícias de corpos encontrados boiando no mar, lagos ,rios , e até piscinas. Se o cadáver não apresentar a princípio nenhuma lesão externa, a tendência é acreditar que a causa da morte foi por afogamento, principalmente se o local for apropriado para banho. O afogamento é um tipo de asfixia mecânica em que ocorre a penetração de um meio líquido nas vias respiratórias impedindo a passagem de ar até os pulmões. Se ao realizar a necrópsia o Legista não encontrar: presença de líquido nas vias respiratórias , pulmões aumentados, distendidos com enfisema aquoso e equimoses subpleurais podemos dizer então que a causa da morte não foi por afogamento. Trata-se então do chamado afogado branco,ou seja , aquele em que a causa da morte não foi por afogamento, mesmo sendo encontrado na água, pois, não apresenta nenhum sinal de asfixia . As equimoses nos afogados são peculiares a esse evento, as tradicionais manchas de Tardieu não aparecem nos afogados, com raríssimas exceções, as equimoses típicas nos pulmões dos afogados são chamadas de manchas de Paltauf , são maiores e apresentam forma irregular. Existem outros sinais externos e internos nos afogados , apenas citei os mais relevantes na hipótese do afogado branco.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

CASO BERNARDO


Todos estão acompanhando pela imprensa o caso Bernardo, um crime covarde e brutal ocorrido no interior do Rio Grande do Sul. Em relação aos comentários sobre a possibilidade da vítima ter sido enterrado vivo, algumas considerações são necessárias para demonstrar como funciona essa hipótese na Medicina Legal. O corpo foi encontrado alguns dias depois da morte, estava, portanto, na segunda fase da putrefação(fase gasosa). Na putrefação tudo fica um pouco mais difícil,exceto na primeira fase chamada de fase cromática em que os sinais externos e internos estão ainda bastante evidentes. Mesmo assim, na necrópsia, alguns sinais internos de asfixia podem já revelar a causa da morte. Entre eles, podemos destacar: as equimoses nos pulmões(manchas variadas de tonalidade violácea decorrente s do extravasamento de sangue pelo rompimento dos capilares) também chamadas de Manchas de Tardieu, congestão polivisceral, distensão e edema dos pulmões, temos outros sinais externos e internos na doutrina , mas de acordo com o  presente caso inicialmente, na necrópsia, esses seriam os mais destacados levando em consideração a 2ª fase da putrefação. Vale ressaltar ,que é importante  sempre o conjunto dos sinais para diagnosticar a asfixia. O aparecimento desses sinais já indicam que PODE realmente ter sido  enterrado vivo. Claro que é importante agora ,aguardar, o laudo toxicológico para encerrar o trabalho médico-legal. Confirmando essa hipótese, supondo já ter produzido o resultado, a doutrina do Direito Penal chama esse fato de "aberratio causae" , dolo geral ou erro sucessivo, quando o agente , após realizar a conduta, achando que já produziu o resultado, atinge no exaurimento do crime a própria consumação. Não muda absolutamente nada responde normalmente pelo homicídio. 
Pela minha experiência no Tribunal do Júri acredito que as indiciadas pela coautoria, já estão "antecipadamente" condenadas pelos crimes de homicídio com a incidência de 3 qualificadoras e pela ocultação de cadáver, exatamente nos termos da provável denúncia do Ministério Público devido ao forte conjunto probatório. Acredito que as penas ficarão em torno de 25 anos de reclusão. Em relação as indiciadas a condenação é certa, não há como a defesa fazer absolutamente nada para evitar a condenação. Já em relação ao pai da vítima, tudo vai depender da denúncia do Ministério Público, eu acredito que o mesmo será denunciado pela participação (instigação, induzimento ou auxílio) tendo em vista os atos externos anteriores e posteriores em relação a vítima antes e após o evento.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Esta foto foi fornecida pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica do Estado de São paulo para um documentário exibido pelo canal A&E TV. Trata-se do caso Champinha, de grande repercussão nacional, pela crueldade empregada na ação dos marginais. A foto é do corpo do jovem Felipe sendo periciado. A vítima foi levada para dentro de um matagal em Embu-Guaçu, região metropolitana de São Paulo, onde foi executado friamente pelo marginal vulgo "Pernambuco". Percebam na foto o ferimento de entrada de arma de fogo na região cervical posterior esquerda(nuca). Pela foto, tudo indica que o disparo foi com o cano encostado. É perfeitamente possível notar o sinal de Werkgaertner representado pelo desenho da boca e da massa de mira do cano. Normalmente quando a arma é encostada em regiões de partes moles, a pele recua inicialmente um pouco permitindo o escape dos gases para fora da ferida , logo em seguida a pele é jogada de volta à boca da arma, normalmente o ferimento é circular e tem as margens chamuscadas(queimadas) e escoriadas, é uma reprodução do cano, da massa de mira , do pino da mola recuperadora(pistolas semiautomáticas) ou de qualquer um dos três. Este sinal representa que o disparo foi efetuado com o cano da arma encostado. Também nota-se a presença do chamuscamento(zona de queimadura) produzida pela ação dos gases que queimam a pele, o chamuscamento pode estar presente nos disparos com o cano encostado como também nos disparos a curta distância.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Foto retirada do livro Medicina Legal Texto e Atlas Hygino Hercules ed. Atheneu. Trata-se de uma ferida de entrada por projétil de arma de fogo. O disparo foi efetuado à curta distância. Percebam claramente a orla(zona) de tatuagem. Este sinal é representado pelos grãos de pólvora incombustos  decorrentes do disparo,esses resíduos ficam impregnados na derme. De modo que mesmo lavando o corpo, o sinal NÃO desaparece, exatamente porque ele fica localizado na derme e NÃO na epiderme é como se fosse uma verdadeira tatuagem. Se um cadáver for encontrado com esse sinal, é possível afirmar que é um orifício de entrada de projétil de arma de fogo e que o disparo foi efetuado à curta distância ou a queima-roupa que é a mesma coisa.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

As energias de ordem mecânica decorrem da modificação do estado de repouso ou de movimento do organismo. Provocam uma alteração interna ou externa do corpo. Armas naturais(mãos, pés, cotovelos, joelhos,dentes e unhas),armas propriamente ditas(armas de fogo, punhal, cassetete...),armas eventuais(navalha, canivete, faca,bengala, tijolo, barra de ferro, foice...), animais, maquinismos e peças de máquinas e meios diversos como quedas e explosões. A energia mecânica atua por: pressão,tração, torção, percussão, compressão, deslizamento, explosão e distensão. De acordo com o resultado da lesão esses agentes mecânicos classificam-se em: perfurantes, cortantes, contundentes, perfurocortantes, perfurocontundentes e cortocontundentes. Por sua vez e respectivamente a ação dos agentes mecânicos produzem feridas:puntiformes(punctórias), cortantes(incisas), contusas, perfurocortantes(perfuroincisas) ,perfurocontusas e cortocontusas.
A Traumatologia Forense é a parte da Medicina Legal que estuda as energias que ofendem a integridade física ou mental. É sem dúvida um dos capítulos mais importantes da Medicina Legal. A Traumatologia se ocupa das implicações jurídicas decorrentes da ação dos agentes vulnerantes que são capazes de lesar o organismo ou de prejudicar de alguma forma o seu perfeito funcionamento. A melhor classificação dessas energias e a seguida por quase toda doutrina com exceção do professor Hygino Hercules é a de Borri. Dessa forma, podemos dividir as energias em :energias de ordem mecânica, de ordem física, química, físico-química, bioquímica, biodinâmica e energias de ordem mista.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

" Onde quer que ele pise(o criminoso), o que ele toca , tudo o que ele deixa, mesmo inconscientemente, servirá como uma testemunha silenciosa contra ele. Não apenas suas impressões digitais ou as impressões de suas pegadas, mas os cabelos ; as fibras de suas roupas ; o que ele usa para quebrar o vidro; da ferramenta a marca que ele deixa; da pintura, o objeto que a arranha ; o sangue ou o sêmen. Tudo isso e muito mais, um testemunho mudo contra ele. Esta é a prova de que não se esquece. Não é confundida pela emoção do momento. A prova é factual. Provas físicas não podem ser totalmente ausentes. Somente a incapacidade humana para encontrá-la, estudá-la e interpretá-la pode diminuir seu valor". Teoria de Locard. De Edmond Locard.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

" O cadáver é a testemunha mais importante de um homicídio". Lacassagne
"Uma necrópsia mal feita não pode ser refeita " Lacassagne
Se convencionou a chamar de LOCAL DE CRIME os limites territoriais da infração penal no tempo e no espaço. A preservação do local é fundamental para a tentativa de reconstruir a dinâmica do evento. A delimitação do espaço não é uma tarefa fácil, a dúvida deve prevalecer para que o perito corretamente observe o início e o fim do cenário. Se por exemplo, existir uma gota de sangue a 500 metros do LOCAL toda esta área será considerada local de crime. A intuição e a imaginação criadora fazem parte das premissas da Perícia Criminal. A função do perito é de apenas ver repetir o que viu, entretanto, nos laudos de dinâmica do evento é claro que a elaboração é de acordo também com a imaginação e a intuição. Qualquer laudo pericial pode ser contestado. No exame de local de crime as perguntas clássicas que devem ser respondidas são: O quê? Como? Quem(autor e vítima) ?Quando? Onde ? Por quê?. Estas perguntas representam os mandamentos básicos de orientação para o perito de local de crime buscar responder com o exame pericial.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

CONTEÚDO VESICAL- pode ser muito importante dependendo das circunstâncias da morte. Principalmente nos casos de morte durante o sono. Uma bexiga vazia , estima-se que a morte ocorreu nas primeiras 2 horas. Se estiver cheia , de 4 a 8 horas. Quando a bexiga encontra-se com volume exagerado , deve-se suspeitar de quadros de envenenamentos, uso de medicamentos soníferos e até de coma. A bexiga com aspecto exagerado pode indicar uma permanência prolongada em estado de inconsciência por alguma causa ,ou seja, pode sugerir alguma dessas hipóteses.
CONTEÚDO ESTOMACAL- é um método bastante empírico, apresenta aspectos subjetivos, de certa forma pode contribuir com o diagnóstico do tempo de morte, porém, não é exato. O fenômeno da digestão varia de acordo com cada indivíduo e também de acordo com o tipo e a quantidade dos alimentos. Normalmente a digestão de uma alimentação pesada se faz no estômago em torno de 5 a 7 h; uma refeição média de 3 a 4 horas; e uma leve de uma e meia a 2 horas. No caso de se encontrarem alimentos reconhecíveis em seus diversos tipos numa fase inicial de digestão , é possível afirmar que a pessoa faleceu de uma e meia a 2 horas após a última refeição. Entretanto, se os alimentos se encontram em fase final de digestão é possível falar num tempo de aproximadamente de 4 a 7 horas. Se o estômago estiver vazio o indivíduo faleceu depois de 7 h da última refeição. Quando se abre o estômago no exame necroscópico é possível deduzir pelo conteúdo encontrado o tempo médio da última refeição. O uso de bebidas alcoólicas, o uso de medicamentos ou a presença de afecções sistêmicas são variáveis que interferem bastante no esvaziamento gástrico.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MANCHA VERDE ABDOMINAL- quase sempre se localiza na fossa ilíaca direita. Justifica-se esta região devido ao ceco ser o segmento intestinal de maior proporção, mais distendido e mais próximo a parede abdominal, nesta parte do intestino há maior concentração de gases e bactérias. Aparece a partir da 18ª hora após a morte. Essa mancha verde se estende a todo o corpo depois do 3º ao 5º dia e sua tonalidade se acentua cada vez mais , dando uma coloração verde-enegrecida ao corpo. Esse fenômeno cadavérico sofre grande variação de temperatura, em regiões de clima quente a putrefação instala-se rapidamente. Claro que é possível ocorrer alguma variação no aparecimento. Tem autores que vão dizer que aparece entre 20ª e 24ª hrs ou 24 a 36 hrs após a morte. Não é nem questão de divergência. Pode aparecer um pouco antes da 18ª ou depois, pode ser na 20ª ou 24ªhr após a morte, pode ser no intervalo da 24ª hr e a 36ª não tem como precisar mas sim estimar o tempo da morte. Em média a variação é essa.
LIVORES DE HIPÓSTASE são manchas decorrentes do depósito de sangue pela ação da gravidade nas partes mais baixas do corpo de acordo com a posição do cadáver. O surgimento desse fenômeno sofre a influência de fatores como o tipo de morte(hemorragias, enforcamento) e as condições sistêmicas no momento do óbito(anemia aguda, desnutrição). Em geral essas manchas surgem em média de 1 a 3 horas após a morte, fixando-se definitivamente em torno de 8 a 12 horas após o óbito. Nesse espaço de tempo , com a mudança de posição do cadáver essas manchas podem mudar de posição. Trata-se de um fenômeno cadavérico muito importante. Se o perito de local de crime ao se deparar com o corpo com livores(manchas) fixas na região anterior do corpo, ou seja, por exemplo: região abdominal e tórax e o cadáver estiver na posição em decúbito dorsal(deitado) posição anatômica, pode-se afirmar que o local de execução da vítima NÃO foi o mesmo no qual o cadáver foi encontrado.
A CRONOTANATOGNOSE baseia-se num conjunto de fenômenos que são: ESFRIAMENTO DO CADÁVER- é um dos mais importantes fenômenos na determinação do tempo de morte, desde que utilizado nas primeiras horas, respeitando as variações do meio e as do próprio cadáver como as vestes, exposição ao sol, meio de acondicionamento do corpo, idade, compleição física e tipo de óbito. Depois da morte, a tendência da temperatura do corpo é aproximar-se da temperatura do ambiente. Geralmente e de uma forma especial no nosso ambiente, a temperatura diminui 0,5º C nas primeiras 3 horas e depois da quarta hora ,há uma perda gradativa de 1ºC para cada hora até que a temperatura corporal se iguale à do ambiente. Isso equivale a aproximadamente 12 horas , com uma margem de erro de 2 horas. É necessária muita cautela para estimativa do tempo de morte com base apenas na temperatura, é praticamente imprescindível associar este aos demais fenômenos cadavéricos.
A ESTIMATIVA DO TEMPO DE MORTE é um dos assuntos mais complexos da Medicina legal. A CRONOTANATOGNOSE é a parte da Tanatologia que estuda a data aproximada da morte. Quanto mais distante do momento do óbito, maior a dificuldade em se estabelecer o tempo com precisão, uma vez que a grande maioria dos fenômenos é rica em dados apenas nas primeiras horas, além de sofrer grande variação do meio que estão inseridos. Não pode um perito consciente de suas responsabilidades estabelecer com precisão determinada hora como aquela em que ocorreu a morte. No máximo é possível fazer uma aproximação em uma faixa temporal ampliada de uma forma mais segura. Os filmes policiais tratam a Medicina Legal como uma fantasia. É comum ver o investigador nos filmes perguntando ao Legista a que horas ocorreu a morte. O que é possível responder não é a hora do óbito mas sim uma ESTIMATIVA de acordo com os fenômenos cadavéricos apresentados. Não é possível precisar a hora da morte. ESTIMAR SIM. O resto é fantasia.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

4ª fase-PERÍODO DE ESQUELETIZAÇÃO.
A ação do meio ambiente e dos elementos que surgem no trabalho da desintegração do corpo faz com que o cadáver se apresente com os ossos quase livres. A dissolução pútrida do cadáver evolui para uma fase em que os ossos ficam inicialmente presos apenas a alguns ligamentos articulares, expondo os ossos e deixando-os completamente livres de seus próprios ligamentos . Os cabelos e os dentes resistem muito tempo a destruição. Os ossos também resistem anos,porém terminam por perder progressivamente a sua estrutura habitual , tornando-se mais leves, frágeis e alguns, quebradiços. A cabeça se destaca do tronco , a mandíbula se desprende dos ossos da face ,as costelas se desarticulam do esterno e das vértebras e os ossos longos dos membros superiores e inferiores se soltam. Este período vai de 3 a 5 anos , entretanto, na Medicina Legal a cautela deve imperar. Trata-se de uma estimativa, pode ocorrer em menos tempo ou em até mais, tudo vai depender de vários fatores que podem progredir ou retardar o processo.
3ª fase-PERÍODO COLIQUATIVO.
Manifesta-se pela decomposição dos tecidos corporais que,com o tempo, perdem sua forma. Ocorre um destacamento da epiderme, evaporação dos gases, grande número de larvas e odor muito fétido. As partes moles do corpo são completamente destruídas através de um processo de desintegração progressiva dos tecidos. Esse período varia de acordo com as condições do corpo e do terreno ,normalmente, inicia-se cerca de 3 semanas após a morte e pode prolongar-se por vários meses . Nesta fase podem-se ainda evidenciar alguns sinais provenientes de uma ação violenta.
2ª fase-PERÍODO GASOSO OU ENFISEMATOSO.
Resulta do aumento progressivo e rápido da produção dos gases da putrefação. Os fenômenos observados nesse período são causados principalmente pela força dos gases nas grandes cavidades. A decomposição proteica é máxima durante esse período. O cadáver toma um aspecto gigantesco , principalmente na face, no abdome e nos órgãos genitais masculinos,dando-lhe a posição de LUTADOR. Vão surgindo bolhas na epiderme de conteúdo líquido hemoglobínico. Nota-se também a projeção dos olhos e da língua que se projeta para fora do limite das arcadas dentárias. Esses gases fazem pressão sobre o sangue que foge para a periferia e pelo destacamento da epiderme, esboça na derme, um desenho vascular conhecido como CIRCULAÇÃO PÓSTUMA DE BROUARDEL. A putrefação exerce uma desorganização nas estruturas anatômicas dos órgãos internos de modo intenso. O cérebro transforma-se em uma massa acinzentada , que escorre da cavidade craniana assim que ela é aberta. Os pulmões se tornam muito colapsados e o coração ,amolecido com coloração pardo-escura. Líquidos nas cavidades pleurais são frequentes. O fígado, também amolecido ,apresenta , ao corte, cavidades que lembram um queijo suíço. A pele das mãos sofrem um processo de destacamento total da epiderme, imitando uma luva . A epiderme descola-se pela grande produção de líquidos que migram para a superfície e formam bolhas de tamanho variado. Ao contrário das flictenas de origem inflamatória ,essas apresentam escasso teor proteico. Com o passar dos dias ,há destacamento total da epiderme. Esse período dura aproximadamente 2 semanas . O odor típico dessa fase gasosa da putrefação se deve ao aparecimento do gás sulfídrico.
PERÍODO CROMÁTICO OU DE COLORAÇÃO. Inicia-se com a formação da MANCHA VERDE ABDOMINAL ,localizada "normalmente" na fossa ilíaca direita. Posteriormente, a mancha vai progredindo por todo o corpo . A tonalidade esverdeada vai escurecendo até atingir a cor verde enegrecida. A localização da mancha verde na fossa ilíaca direita é explicada, devido ao fato de o ceco ser a parte mais dilatada e mais livre do intestino grosso e ainda por ser o segmento no qual se acumula maior quantidade de gases e porque é a parte que fica mais próxima à parede abdominal.
A marcha da putrefação varia conforme a ação de fatores como :a idade, causa da morte, constituição, temperatura e outros fatores intrínsecos e extrínsecos. A putrefação é mais rápida nas crianças do que nos adultos. Quanto mais obeso é o indivíduo, mais rápida é a putrefação. A causa da morte é super importante na evolução do processo. As vítimas de graves infecções e grandes mutilações putrefam-se mais rapidamente. A temperatura muito alta ou muito baixa também tem grande influência no evento, da mesma forma o ar.
Chama-se AUTÓLISE o processo de destruição celular na qual as próprias enzimas celulares provocam a autodestruição do corpo humano.Tata-se de uma fase ainda sem atuação bacteriana caracterizada por uma série de fenômenos fermentativos anaeróbicos que se verifica no interior da própria célula logo após a morte. É como se a célula estivesse programada para atuar desta forma. Essas modificações se dão pela interrupção da circulação, cessada esta, as células deixam de receber pela corrente plasmática, novos elementos, prejudicando as trocas nutritivas. O prejuízo das trocas nutritivas provoca uma acidificação do meio. Este processo passa por duas fases:FASE LATENTE em que as alterações ocorrem apenas no citoplasma da célula e FASE NECRÓTICA quando há o comprometimento do núcleo com o seu desaparecimento.
A putrefação aparece após a autólise , consiste na decomposição fermentativa da matéria orgânica pela ação de diversos germes. O intestino é o ponto de partida da putrefação, pois apresenta elevada quantidade de bactérias e de gases. Ao contrário da autólise, na putrefação ocorre a decomposição do corpo pela ação de diversos germes aeróbicos, anaeróbicos e facultativos que produzem certos fenômenos físicos e bioquímicos que vão decompondo o corpo em substâncias mais simples. Normalmente, esse fenômeno evolui em quatro fases(períodos) distintas(marcha da putrefação):PERÍODO CROMÁTICO OU DE COLORAÇÃO, PERÍODO GASOSO OU ENFISEMATOSO, PERÍODO COLIQUATIVO OU DE LIQUEFAÇÃO e PERÍODO DE ESQUELETIZAÇÃO.
Os fenômenos transformativos podem ser destrutivos ou conservadores. Ao contrário dos fenômenos abióticos, os transformativos são patognomônicos de morte. Apresentam transformações tão intensas que são incompatíveis com a vida. Temos três fenômenos transformativos destrutivos nessa ordem de classificação que são:autólise, putrefação e maceração.
Fenômenos abióticos consecutivos:1-desidratação cadavérica(em virtude da evaporação de líquidos corporais, a mesma perda de água em vida é verificada após a morte, porém sem reposição,1.2 decréscimo de peso, pergaminhamento da pele (predispõe a formação de uma pele endurecida pardo-amarelada,semelhante a couro dessecado),1.3 dessecamento das mucosas dos lábios,1.4 alterações dos globos oculares(são também comumente encontradas, incluindo a formação da mancha esclerótica, denominada sinal de Sommer e Larcher, essas manchas apresentam formato ovalar ,circular ou triangular, colorações enegrecidas e normalmente estão localizadas nas extremidades interna ou externas dos olhos).2-esfriamento do cadáver(consiste na tendência do corpo estabilizar sua temperatura com o meio em que se encontra,não é uniforme ,depende de vários fatores). 3-Manchas de hipóstases ou livores cadavéricos(o fim da circulação proporciona uma pressão intravascular nula e a posição de declive em que se encontra o cadáver leva à formação de manchas de hipóstases,cerca de 2 a 3 horas após a morte, cessada a circulação ,o sangue pela ação de gravidade ,tende a depositar-se nas partes mais baixas do corpo de acordo com a posição do cadáver apresentam coloração vermelho púrpura). 4-Rigidez cadavérica(é um fenômeno físico-químico num estado de contratura muscular , devido a ação dos produtos catabólicos do metabolismo, corresponde a uma situação de vida residual do tecido muscular, varia de acordo com a idade , a constituição individual e a causa da morte. 5-Espasmo cadavérico(trata-se de uma rigidez rara e abrupta, generalizada e violenta , que guarda a última posição em que o corpo encontrava-se antes da morte, difere da rigidez cadavérica , na qual a instalação é progressiva).
Os fenômenos cadavéricos são divididos em duas fases:Fase 1(fase abiótica ou avital)-fenômenos abióticos ou avitais IMEDIATOS(cessação das funções vitais) e fenômenos abióticos ou avitais CONSECUTIVOS. Fase 2- TRANSFORMATIVA que pode ser DESTRUTIVA(2.1) ou CONSERVADORA(2.2). Portanto,temos, na primeira fase fenômenos abióticos imediatos(1.1) e abióticos ou avitais consecutivos(1.2). A segunda fase é a transformativa que pode ser de duas ordens:(2.1)destrutiva(autólise
,putrefação e maceração) ou (2.2)conservadora(mumificação,saponificação,calcificação,corificação e congelação).